ATA DA TRIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 05.04.1991.

 


Aos cinco dias do mês de abril do ano de mil novecentos e noventa e um reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Trigésima Terceira Sessão Ordinária da Terceira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às nove horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adroaldo Correa, Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Giovani Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José, Nelson Castan, Nereu D’Ávila, Omar Ferri, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos e Wilton Araújo. Constatada a existência de “quorum”,o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Vereador Cyro Martini que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. Em continuidade, o Senhor Secretário procedeu à leituta da Ata da Trigésima Segunda Sessão Ordinária que, juntamente com a Ata da Trigésima Primeira Sessão Ordinária, foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 06 Pedidos de Providências e 01 Pedido de Informações; pelo Vereador Cyro Martini, 03 Pedidos de Providências; pelo Vereador Edi Morelli, 04 Pedidos de Providências; pelo Vereador Leão de Medeiros, 01 Substitutivo ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 09/91 (Processo n° 585/91); pela Vereadora Letícia Arruda, 07 Pedidos de Providências; e, pelo Vereador Vicente Dutra, 01 Pedido de Providências. Do EXPEDIENTE constaram Ofícios sem número, da Associação Gaúcha das Empresas de Propaganda ao Ar Livre – AGEPAL; e, da Pró-Comissão de Fábrica do Grupo Zivi-Hércules. Após, foram apregoados Requerimentos verbais dos Vereadores Luiz Machado e Wilton Araújo, solicitando alterações na ordem de votação das matérias constantes da Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Wilson Santos declarou existir uma “falta de transparência” no Governo Municipal, comentando dificuldades enfrentadas para conseguir a planilha de cálculos referente à tarifa dos transportes coletivos fixadas em oito de fevereiro do corrente ano. Discorreu acerca do “plus tarifário” cobrado nas passagens de ônibus, salientando estar buscando a realização de perícia contábil na conta relativa ao referido excesso tarifário. A seguir, o Senhor Presidente apregoou o deferimento de Requerimento do Vereador Leão de Medeiros, solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 163/90. Após, constatada a existência de “quorum”, foram aprovados os requerimentos verbais dos Vereadores Luiz Machado e Wilton Araújo, acima referidos, e o Senhor Presidente respondeu Questões de Ordem do Vereador João Dib, acerca do artigo 77 do Regimento Interno. Em continuidade, nos termos do artigo 100 da Lei Orgânica do Município, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Darwin Ribas que, como Presidente do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre, discorreu acerca das reivindicações salariais dos municipários, comentando a aceitação, pela categoria, da proposta do Executivo Municipal, de formação de Comissão Paritária para estudo do assunto. Destacou que, futuramente, tal comissão deverá manter-se em atividade, para análise de outras questões básicas dos municipários. Na ocasião, o Senhor Presidente respondeu Questões de Ordem do Vereador Wilton Araújo, acerca do artigo 100 da Lei Orgânica do Município; o Vereador Wilton Araújo registrou seu protesto à forma como foi recebido, pela Mesa dos trabalhos, o Senhor Darwin Ribas; e o Vereador João Motta formulou proposição no sentido de que todos os representantes da comunidade que comparecerem à Casa para se pronunciarem nos termos do artigo 100 da Lei Orgânica do Município, sejam convidados a integrar a Mesa dos trabalhos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Edi Morelli discorreu sobre o aumento do transporte coletivo. Sugeriu que a Secretaria Municipal dos Transportes divulgue na imprensa a planilha segundo a qual são calculados os reajustes da tarifa desse serviço. Em prosseguimento, constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foi aprovado Requerimento do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando a renovação da votação do Projeto de Lei do Executivo nº 01/91, e do Veto Parcial a ele aposto, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Isaac Ainhorn, João Dib e João Motta, por dezoito votos SIM contra dez votos NÃO e duas ABSTENÇÕES. Votaram SIM os Vereadores Artur Zanella, Clóvis Brum, Cyro Martini, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Mano José, Nelson Castan, Nereu D’Ávila, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos, Wilton Araújo; votaram NÃO os Vereadores Airto Ferronato, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Gert Schinke , Giovani Gregol, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann e Adroaldo Correa, e se abstiveram de votar os Vereadores Luiz Machado e Omar Ferri. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Vereador Airto Ferronato, solicitando que seja o período de Comunicações da Sessão Ordinária do dia dois de maio do corrente ano dedicada a homenagear o Jornal Zero Hora pelo transcurso de seu aniversário de fundação; do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando que o Grande Expediente do dia treze de junho do corrente ano seja dedicado a comemorar o aniversário do Atelier Livre; solicitando a realização de uma Sessão Solene dia vinte e sete de junho do corrente ano, destinada a homenagear o aniversário da Editora Vozes; de Moção de apoio aos projetos das Deputadas Federais Lídice da Mata e Bete Mendes, que regulamentam o artigo 221 da Constituição Federal, este encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Lauro Hagemann; de Moção de Apoio à indicação do Desembargador Milton dos Santos Martins para o Superior Tribunal de Justiça, após ter sido encaminhado à votação pelo Vereador Antonio Hohlfeldt; de Votos de Congratulações com o Jornalista João Carlos Tiburski, pelo lançamento do Jornal alternativo “A Terceira Margem”; com a Revista Ciência e Movimento, em razão da formação de uma revista de tal envergadura, de caráter cultural e científico, pelo Centro de Estudos Honestino Guimarães, o CEHOG; com a Direção do Correio do Povo, pelo retorno da coluna “Correio do Leitor”; do Vereador Artur Zanella, de Votos de Congratulações com Adão Dornelles, por ter sido eleito Presidente da Sociedade Gondoleiros; com o Hotel Laje de Pedra, pelo recebimento do Troféu “Babaçu de Ouro”, como melhor hotel do Brasil; com a Escola de Samba Unidos da Zona Norte, pela passagem de seu aniversário; com Ricardo Baldino, por ter sido eleito Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil; com o Petrópolis Tênis Clube, pela passagem de seu aniversário de fundação, com Jair Portella, por sua posse no Comando do Policiamento da Capital; com o Grêmio Náutico União, pelo aniversário de sua fundação; com o Dr. Marivaldo Tumelero, por sua eleição para a Presidência do CDL, Clube de Diretores Lojistas; com Nelson Ligório, por ter sido eleito Presidente do Clube Farrapos; com Felipe de Souza, por ter sido eleito Vice-Presidente do Clube Farrapos; com Teresa Di Lorenzo, por ter sido indicada para responder pelo Departamento Feminino da Sociedade Italiana do Rio Grande do Sul; com Vidal Abreu, por ter sido eleito Vice-Presidente do Clube Farrapos; com Yeda Crusius, por sua posse na Direção da Faculdade de Economia da UFRGS; de Votos de Pesar pelos falecimentos de Jorge Correa; de Alice de Revorêdo Ribeiro; do Ver. Clóvis Brum, solicitando que o Grande Expediente da Sessão Ordinária do dia sete de agosto do corrente ano seja dedicada a homenagear a passagem do aniversário de fundação do Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre e do aniversário de fundação da Escola Técnica de 2° Grau daquela entidade sindical; do Ver. Clóvis Ilgenfritz, de Voto de Pesar pelo falecimento de Elizabeth Souza Lobo; do Ver. Cyro Martini, de Voto de Congratulações com o Clube de Mães Flor do Ipê, pela passagem do seu aniversário; do Ver. Elói Guimarães, de Votos de Congratulações com os Senhores Luiz Alberto Chaves; Walter Nique; Julio Hocsmann, Adroaldo Loureiro, Adão Elizeu de Carvalho, Luiz Carlos Tomazelli, Geraldo Gama, Zulmira Tavares Guimarães, Nilo Quaresma Júnior, Orion Cabral, Matheus Schmidt, João Gilberto Lucas Coelho e Carlos Bastos, por suas posses como Secretários Estaduais, respectivamente, de Recursos Humanos e Reforma Administrativa, do Planejamento, da Saúde, do Trabalho e Ação Social, de Segurança Pública, das Relações Internacionais, da Justiça, da Cultura, de Minas e Energia, da Fazenda, de Transportes, da Ciência e Tecnologia e da Comunicação Social; com os Senhores Antonio Carlos Maciel, Ademar Blum, Emidio Perondi, Carlos Alberto Petersen, Jesus Rodrigues, Osthálio Alcover, Emilio Pedro Nehme, João Vanderlan Vieira e Mathias Nagelstein, por suas posses, respectivamente, no Comando Geral da Brigada Militar, na CEEE, na Presidência da Federação Gaúcha de Futebol, como Diretor da CORSAN, como Diretor Geral do DAER, como Diretor do IPE, como Ouvidor Geral do Estado, como Chefe da Casa Militar e como Chefe da Casa Civil; com a Sociedade Ipiranga Futebol Clube, pelo transcurso de seu aniversário; do Ver Gert Schinke, solicitando que o Grande Expediente da Sessão Ordinária do dia vinte e dois de abril do corrente ano seja dedicado a homenagear a passagem do Dia da Terra, este por vinte Votos SIM contra dois Votos NÃO e quatro ABSTENÇÕES, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Ver. Airto Ferronato. Votaram SIM os Vereadores Adroaldo Correa, Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clóvis Brum, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Motta, José Valdir, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Nereu D’Ávila, Vieira da Cunha e Wilson Santos; votaram NÃO os Vereadores João Dib e Mano José e se abstiveram de votar os Vereadores Leão de Medeiros, Omar Ferri, Vicente Dutra e Wilton Araújo. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Ver. Giovani Gregol, solicitando a realização, dia vinte e cinco de abril, de Sessão Solene dedicada a homenagear a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, pela passagem de seus vinte anos; do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando a convocação do Secretário Municipal dos Transportes a comparecer a esta Casa, a fim de prestar esclarecimentos a respeito do cálculo tarifário que resultou na fixação da tarifa de transporte coletivo em setenta e cinco cruzeiros, este encaminhado à votação pelo Ver. Wilson Santos; de Votos de Congratulações com Justino Adriano Farias da Silva, com Rodolfo Luiz Rodrigues Correa, por suas posses como Procuradores do Estado; de Votos de Pesar pelos falecimentos de Sonilton Alves; de Tulio Pandolfi; de Adonis Escobar; do Ver. João Dib, de Votos de Pesar pelos falecimentos de Hygio Luiz Ferreira; de Herida Collares Brum Marantes; de José Russo; do Ver. Leão de Medeiros, solicitando que seja convidado o Sr. João Acir Verle, Secretário Municipal da Fazenda, para prestar informações a respeito dos critérios técnicos e da metodologia adotados pelo Poder Executivo na fixação do cálculo dos valores venais dos imóveis para fins de cobrança do IPTU e ITBI; de Votos de Congratulações com a Irmã Franciscana Alfreda Wiltgen, por seus oitenta anos de idade; com as Autoridades e Agentes da Delegacia de Homicídios da Divisão de Investigação da Polícia Civil, pelo empenho e eficiência demonstrados na elucidação da autoria do assassinato da Sra. Gladis Farias, em especial à sua Seção de Investigações chefiada pelo Inspetor Alberto Niederauer; com a ASSONORTE – Associação dos Empresários da Zona Norte, pelo transcurso de seu aniversário; de Votos de Pesar pelos falecimentos de Margarida Difini Meneghetti; de Olenka Saldanha Laurent; de Sady Germano Schlöttgen Filho; de Glória Sattamini Nunes Vieira; do Ver. Luiz Machado, de Votos de Congratulações com o CTG Porteira da Restinga; com o Esporte Club Cometa; com o SRB Estado Maior da Restinga; com o Clube Recreativo de Vila Nova; com o Esporte Clube Águia Verde, pelas passagens de seus aniversários de fundação; com a Empresa Tevah Magazine Ltda., pela propaganda que eleva seu bom nome para além de nossas fronteiras e por não permitir “griffes” estrangeiras entre seus produtos; de Votos de Pesar pelos falecimentos de Luiz Enedir Monteiro; de Marcelo Oscar Lopes; do Ver. Mano José, de Voto de Congratulações com o Colégio Militar de Porto Alegre, pelo transcurso de seu aniversário; de Voto de Pesar pelo falecimento de Helena Pernau Schiller; do Ver. Nereu D’Ávi1a, solicitando que o período de Comunicações da Sessão Ordinária do dia onze do corrente seja dedicado a homenagear o Grêmio Náutico Gaúcho, pelo transcurso do seu aniversário; de Votos de Pesar pelos falecimentos de João Batista Souza; de Belmonte Marroni; de Ruy Pereira Torelly; do Ver. Nelson Castan, de Voto de Pesar pelo falecimento de Herbert Caro; do Ver. Vicente Dutra, solicitando a realização de um encontro municipal, denominado, “Semana do Turismo”, patrocinado por esta Casa, com recursos de dotação orçamentária própria, no período de vinte a vinte e dois de maio do corrente ano; do Ver. Vicente Dutra, de Votos de Congratulações com Rubem Rodrigues, por ter assumido a Presidência do Instituto de Cardiologia; com a Ordem dos Advogados do Brasil, pela posse da Diretoria da “Comissão de Estudos do Direito da Mulher”; de Voto de Pesar pelo falecimento de Angelo Roso; do Ver. Vieira da Cunha, solicitando que sejam convidados a comparecer ao Plenário desta Casa, em data e horário a serem aprazados, os Senhores Guilherme Barbosa, Diretor-Geral do DMAE, José Luis Barradas, Presidente da Associação dos Engenheiros do DMAE e Joel Almada Emer, Presidente da Associação dos Técnicos-Científicos do DMAE, a fim de prestarem esclarecimentos aos Vereadores sobre a implantação de Estação de Tratamento de Água no Lami; do Ver. Wilson Santos, solicitando a convocação do Secretário Municipal da Fazenda, para que o mesmo preste informações a respeito da parte contábil, financeira e orçamentária do Município; do Ver. Wilton Araújo, de Votos de Pesar pelos falecimentos de Oraci Fortunato Gomes; de Luiz Fernando Santos da Silva; do Ver. José Valdir, de Moção desta Casa manifestando repúdio pelo adiamento do reinício do ano letivo no Estado, em face da greve justa e legítima do magistério gaúcho, entendendo que o diálogo e a negociação são os caminhos democráticos normais para solucionar tais impasses, este por treze votos SIM contra onze Votos NÃO e duas ABSTENÇÕES. Votaram SIM os Vereadores Adroaldo Correa, Antonio Hohfeldt, Artur Zanella, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Gert Schinke, Giovani Gregol, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros e Vicente Dutra, votaram NÃO os Vereadores Cyro Martini, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, Letícia Arruda, Luiz Machado, Nelson Castan, Nereu D’Ávila, Vieira da Cunha e Wilton Araújo, e se abstiveram de votar os Vereadores João Dib e Mano José. Este Requerimento do Ver. José Valdir foi encaminhado à votação pelos Vereadores José Valdir, Artur Zanella, Nereu D’Ávila, Adroaldo Correa e João Dib e submetido à votação nominal por solicitação do Ver. João Dib. Também, foi apregoado Requerimento do Ver. Wilton Araújo, solicitando a realização de uma Sessão Especial, convidando a Associação das Entidades Carnavalescas de Porto Alegre, com o objetivo de prestar esclarecimentos sobre sua participação na execução, comercialização e administração do carnaval de 1991, o qual, após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores Wilton Araújo, Adroaldo Correa e Dilamar Machado, foi retirado, nos termos do artigo 146 do Regimento Interno, a Requerimento do Ver. Wilton Araújo, deferido pelo Sr. Presidente. Ainda, foi apregoado Requerimento do Ver. Elói Guimarães, de Votos de Congratulações com o Sr. Athos Rodrigues, por sua posse como Procurador Geral da Justiça, o qual foi retirado pelo Autor. Foi rejeitado Requerimento do Ver. Gert Schinke, solicitando a realização de uma Sessão Solene, dia oito de agosto do corrente ano, com um debate após a Sessão, dedicado a homenagear a passagem do Dia Internacional da Bomba Atômica Nagasaki. Durante a Sessão, os trabalhos estiveram suspensos por oito minutos, nos termos regimentais, e o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores João Dib, acerca do artigo 77 da Lei Orgânica Municipal; acerca do Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, de renovação da votação do Processo n° 269/91; Wilson Santos e Isaac Ainhorn, acerca do Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, de convocação do Secretário Municipal dos Transportes; Luiz Machado e Clóvis Ilgenfritz, acerca da tramitação de Requerimentos na Casa; Gert Schinke, acerca do “quorum” existente. Ainda, o Senhor Presidente informou que, por decisão da Mesa, os participantes da Sessão Plenária, nos termos do artigo 100 da Lei Orgânica Municipal, a partir da presente data, serão convidados a integrar a Mesa dos trabalhos. Às doze horas e trinta e quatro minutos, por solicitação do Ver. Isaac Ainhorn, foi realizada nova verificação de “quorum” e, constatada a inexistência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Airto Ferronato, Omar Ferri e Leão de Medeiros e secretariados pelos Vereadores Leão de Medeiros e Wilton Araújo, este último como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Leão de Medeiros, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Senhor Presidente e por mim.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Airto Ferronato): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão.

 

O SR. LUIZ MACHADO (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que na entrada da Ordem do Dia, seja dada primazia para os Requerimentos.

 

O SR. WILTON ARAÚJO (Requerimento): Eu adendaria ao Requerimento do Ver. Luiz Machado que, na Ordem do Dia, a ordem de votação fosse alterada, porque o primeiro Projeto de Lei em discussão é uma permuta que foi já questionada por mim e está, segundo eu sei, sendo feita uma Emenda que vai resolver o problema dos pagamentos em parcelas que estão em BTNs. Então, gostaria que ele ficasse para o final da Ordem do Dia, dando tempo a que se fizesse a Emenda. O autor da Emenda é o Ver. Lauro Hagemann. É o Proc. nº 2199/90 – PLE nº 067/90.

 

O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PL, Ver. Wilson Santos.

 

O SR. WILSON SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é profundamente lamentável a constatação da falta de transparência no Governo Municipal. E eu agora falo e peço a atenção ao Líder do PT, Ver. João Motta. Eu recorri até ao Líder do PT, Ver. João Motta, recorri ao Gabinete do Prefeito, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, para quê? Apenas conseguir a planilha que fixou a tarifa, em 08.02, em Cr$ 65,00. Esta planilha ninguém tem, eu não consigo com órgão nenhum, estou desconfiado que ela não existe, e vou dizer por quê. A planilha que me mandou o Sr. Secretário, depois de uma discussão nossa, foi de uma tarifa de Cr$ 52,00, eu quero perguntar qual o Vereador que teve conhecimento que algum dia em Porto Alegre existiu tarifa de Cr$ 52,00? Jamais! Até é um gesto de falta de inteligência do Governo, além da falta de transparência, porque eu quero a planilha sintética e analítica, Senhor Líder, que fixou em 08.02. Veja como é claro, cristalino o que estou dizendo aqui, no Parlamento de Porto Alegre: eu quero apenas isto.

Segundo aspecto, eu desafiei publicamente o Prefeito para realizar uma perícia contábil, por auditoria externa, independente, na conta plus tarifário, até porque populares já pegaram os documentos e viram quais são as duas empresas de maior crédito no plus tarifário, maiores credoras: Sopal e CARRIS. Pegaram o maior crédito do plus tarifário e não tem ônibus novo na Sopal, especialmente no Sarandi, então uma perícia contábil vai trazer à tona esta verdade. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Prefeito silenciou diante do desafio público feito pela imprensa. Não satisfeito eu fiz um documento ao Sr. Prefeito, para que ele ensejasse a realização da perícia contábil. Ele silenciou diante do documento, pois eu agora fui em audiência com o Dr. Paulo Olímpio de Souza, Procurador-Geral da Justiça, ao Procurador-Geral Substituto, Luiz Ari Azambuja Ramos, e à Promotora de Justiça Carmem Azambuja, da Defesa Comunitária e lá eu protocolei, via Justiça, o pedido de realização de perícia contábil na conta plus tarifário. Essa conta tem que existir, tem que existir o Fundo e tem que ter quanto foi arrecadado e quantos ônibus foram comprados, empresa por empresa. E repito, as duas maiores empresas credoras do plus tarifário, CARRIS e Sopal, não renovaram a frota, especialmente a Sopal, que tem apenas, pelas informações extra-oficiais, 12 ônibus com o plus. De forma que eu repito: está protocolado no Ministério Público, na Procuradoria-Geral da Justiça, com o Procurador-Geral da Justiça Paulo Olímpio de Souza e o Substituto Luiz Ari Azambuja Ramos, e na Coordenadoria de Defesa Comunitária, com a Promotora de Justiça Carmem Azambuja, o pedido de uma perícia contábil feita pelo Ministério Público. Agora nós vamos saber a verdade, numa perícia contábil feita por auditoria externa e independente. Chega de falta de transparência. O Governo Municipal demonstra não ter transparência. E duvido que possam contestar. Eu desafiei publicamente, fiz documento e não me responderam, eu pedi uma planilha de fevereiro que fixou a tarifa em Cr$ 65,00, esta sendo negada. E além de ter me ofendido pela Rádio Bandeirantes, o Secretário Municipal ofendeu este Vereador e disse que esta planilha só será concedida depois de pedida por Pedido de Informações depois de 30 dias, pela Lei Orgânica. O que significa que ele não quer dar o documento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Foi deferido o desarquivamento, pelo Sr. Presidente da Casa, do Proc. nº 2368/90 – PLL nº 163/90, de autoria do Ver. Leão de Medeiros.

A Mesa colocará em votação o Requerimento do Ver. Luiz Machado e do Ver. Wilton Araújo, que propõem o seguinte: Antes da votação dos Projetos de Lei que sejam votados os Requerimentos e, quando da votação dos Projetos de Lei, seja o Proc. nº 2199/90 – PLE nº 067/90, colocado em último lugar na ordem da votação.

 

O SR. WILTON ARAÚJO (Requerimento): Sr. Presidente, eu adendaria mais, que sejam votados primeiro os Requerimentos, é um Requerimento para renovação de votação, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, e bastante polêmico. Então, eu gostaria que, na ordem dos Requerimentos, ele pudesse ser colocado em último lugar, para que houvesse tempo do próprio Vereador chegar, e que o “quorum” permanecesse pleno.

O SR. PRESIDENTE: O Requerimento do Ver. Wilton Araújo é de que o primeiro Requerimento que trata da renovação de votação de um Projeto, seja colocado em último lugar na ordem dos Requerimentos.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Questão de Ordem baseada no art. 77, parágrafo 6º: esta Sessão não poderá entrar na Ordem do Dia antes de votar o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn que trata de um Veto e, enquanto não for votado esse, ainda tem um outro Requerimento do Ver. João Dib, também, que, enquanto não for votado, estão sobrestadas todas as proposições na Casa.

 

O SR. PRESIDENTE: Então, vamos colocar em votação, em primeiro lugar, Srs. Vereadores, o Requerimento do Ver. Luiz Machado com o Requerimento do Ver. Wilton Araújo, para que os Requerimentos sejam votados em primeiro lugar e que, na ordem de votação dos Processos, seja o Proc. nº 2199/90 votado em último lugar e, posteriormente, votamos o segundo Requerimento. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Foi aprovado que o Proc. nº 2199/90 passa para o final, os Requerimentos não foram aprovados.

 

O SR. PRESIDENTE: Foi aprovado o seguinte: os Requerimentos serão votados em primeiro lugar e o Proc. nº 2199/90 em último lugar. O Requerimento do Ver. Wilton Araújo a Mesa vai avaliar a sua situação, analisar a Questão de Ordem do Ver. João Dib e assim que se usar a Tribuna Popular, nos termos do art. 100 da Lei Orgânica, nós vamos avaliar o Requerimento. Convidamos o Sr. Darwin Ribas, Presidente do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre – SIMPA –, para que faça uso do período Tribuna Popular.

 

O SR. DARWIN RIBAS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, colegas presentes e esta galeria que muito me honra, estudantes, jovens a quem eu tenho um carinho especial em me dirigir, porque parte da minha vida funcional na Prefeitura eu dediquei exatamente na área da educação.

Gostaria de começar a minha intervenção, lembrando aos Srs. Vereadores que, quando inauguramos esta Tribuna Popular, há algum tempo atrás, dissemos, e aqui queremos reiterar, que esta Casa não só tem o poder de examinar projetos, elaborar projetos e aprovar Projetos de Lei. Ela também tem o direito constitucional de fazer com que estas leis sejam cumpridas no âmbito do Município. E este poder é, na nossa concepção da Direção do Sindicato,       modestamente aplicado. Disse num resumo que distribuí aos Srs. Vereadores, quero dizer aqui de viva voz, que perante os servidores a Lei se cumpre, diariamente quase somos chamados aqui para intervir em acompanhamentos de sindicância de inquérito e por quê? Porque esses colegas são chamados ao exame de alguma irregularidade, algum procedimento em desacordo com a Lei. O nosso pensamento sempre foi que Lei é algo que todos cumprem, não só alguns, independente da autoridade que detêm. Deixo aos Srs. Vereadores a reflexão do que estou dizendo.

Gostaria também de abordar uma questão, que há poucos instantes na visita aos gabinetes, entregando uma cópia do roteiro que estou abordando, o Ver. Wilton me abordou uma pergunta e quero declarar o seguinte: estava prevista para o dia de ontem uma paralisação e nós, inclusive, em função disso, requeremos a esta Casa, no início do expediente de segunda-feira para podermos usar a tribuna na quarta-feira, infelizmente, ao que consta, havia outros pedidos anteriores ao nosso. Quero dizer também que quando adentrei inicialmente a este Plenário, o fiz convidado pela Srª Diretora Legislativa, infelizmente parece que houve um equívoco e tive que sair. Mas estou aqui na tribuna dentro de um privilégio concedido pela Lei Orgânica. Quero dizer aos Senhores que essa paralisação de ontem não ocorreu, porque da parte da Direção do Sindicato e dos demais integrantes prevaleceu e prevalece sempre o bom senso. Nós não queremos o confronto pelo confronto. Temos pautado a nossa administração, até pedindo e não exigindo o que seria um direito, mas pedindo que o Executivo cumpra a Lei. A questão salarial passa exatamente por cumprimento de Leis existentes. Como prova de que nós estamos interessados em que haja soluções sem nenhuma perturbação no trabalho está nessa nossa atitude que tomamos, pois no momento em que o Secretário da Administração nos encaminhou uma proposta que é o início de uma caminhada e cuja proposta foi adendada por alguns detalhes que nós solicitamos a ele, houve por bem o Sindicato reunido dentro de seus órgãos diretivos de sustar a paralisação. De maneira que fosse examinado com cuidado o que o Governo propunha e submetido a uma Assembléia que ocorreu ontem. Essa Assembléia Geral realizada ontem acabou, praticamente por unanimidade, aceitando a instalação dessa comissão paritária de negociações que tem uma missão a curto prazo, os 10 dias foram aprovados. Nesses 10 dias nós queremos que haja uma solução para dois resíduos de 26,45% que são os resíduos correspondentes a uma inflação de um ano atrás, que é de abril de 1990. E mais ainda, que nesse período também se resolva a questão da bimestralidade cheia, janeiro e fevereiro, que nos foi paga de uma maneira capenga, nos pagaram apenas a inflação de janeiro, quando a própria municipalidade, já nas contas de água, está cobrando de toda população e, portanto, de nós todos, a inflação de fevereiro, o mesmo Índice de Preços ao Consumidor – IPC –, que não nos foi pago em março. Então, nós temos a esperança de que esta comissão, com prazo certo e na medida em que o Governo teve a palavra empenhada de que o que ali for decidido será acatado pelas partes, nós temos a certeza de que nós vamos chegar a um bom entendimento. Agora, é bem claro o seguinte, esta nossa disposição de aguardar que algo surja não deve ser entendida como manifestação de fraqueza, porque toda a organização Sindical do SIMPA estará atenta para ver se realmente esta Comissão esta evoluindo nas suas tratativas. Se, ao término dos dez dias, chegarmos à conclusão de que aquela nossa ânsia de bom entendimento não foi acolhida pelo Governo, certamente, não vai nos restar outro caminho do que o confronto. Não desejamos, já digo aqui mais uma vez, mas nós não fugiremos, se for necessário, porque é uma coisa que é uma obrigação constitucional de um Sindicato, a defesa dos legítimos interesses dos seus sócios. E nossos interesses são legítimos, estão amparados em legislação aprovada por esta Casa e, algumas delas, sancionadas pelo Sr. Prefeito. Uma delas, exatamente, é uma Lei chamada 186.

De forma, senhores, que nesta parte fica claro o procedimento que adotamos. Quero dizer mais, que esta comissão, se após os dez dias, se nós encontramos solução para este problema, ela deverá continuar os seus trabalhos. Por quê? Porque estão pendentes outras questões, talvez mais fundamentais. Uma delas é o plano de carreira, cuja proposta o Governo assumiu o compromisso de nos entregar até o dia 31 de março. E não cumpriu, mais uma vez! Esta proposta terá que passar pelo exame da categoria, para que possamos dar a nossa opinião. E, quando chegar a esta Casa, que saibam os Srs. Vereadores qual é a opinião da categoria. Não são só estas questões, há outras questões que constam na Lei Orgânica, aguardando regulamentações de parte dos Senhores, até agora não implementadas.

Gostaria, inclusive, de comentar rapidamente. Nós não reivindicamos só salários, nós reivindicamos melhores condições de trabalho, nós reivindicamos, também, soluções na área da saúde, que nos assegurem até atitudes preventivas para que os funcionários não fiquem à mercê de uma doença. Eu gostaria, também, de dizer aos senhores o seguinte: nós não queremos vir a esta tribuna somente para nos queixar. Esta Comissão deverá instalar-se na segunda-feira. É desejo nosso que esta Casa faça um acompanhamento dos trabalhos. Gostaríamos que esta Casa designasse pelo menos um Vereador que pudesse acompanhar os trabalhos e nos ajudar para que esta Comissão tenha um desfecho feliz.

Eu gostaria de encerrar dizendo o seguinte: nós viemos aqui reiterar aos Senhores o agradecimento do Sindicato pelo apoio que têm nos dado ao longo do tempo. Em especial, àqueles que são sempre solidários conosco. A estes, o nosso carinho, o nosso respeito. Aos demais, pelas funções que exercem, também o nosso respeito. Esta é a posição do SIMPA e agradeço a oportunidade. E, certamente, nos perdoem, provavelmente, a curto prazo, iremos solicitar uma oportunidade igual para que possamos relatar aos senhores o desenvolvimento dos acontecimentos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Temos um Requerimento, de autoria do Ver. Wilton Araújo, para colocar em votação.

 

O SR. WILTON ARAÚJO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, em Questão de Ordem, eu retiro este Requerimento. Mas faço uma outra Questão de Ordem, agora sobre outro assunto.

Sr. Presidente, estamos, aqui, aproveitando esta boa iniciativa da Lei Orgânica, que é a Tribuna Popular. E nós temos visto que todos aqueles que são inscritos e vão participar da Tribuna Popular têm merecido atenção e lugar de destaque, inclusive à Mesa, antes de se dirigirem à Tribuna Popular. Eu acho que este é um entendimento correto da Casa com aquelas pessoas do povo, representantes legítimos de parcelas da comunidade que vêm, aqui, nos trazer os seus assuntos, suas angústias. Mas hoje houve um tratamento diferenciado, e eu questiono a Mesa, até para fazer justiça, jurisprudência: por que razão a Mesa não permitiu que o Presidente do SIMPA permanecesse no Plenário? Sequer o convidou para a Mesa e, além disso, não permitiu que ficasse no Plenário. Então quero saber por que a distinção? Por que uns têm tratamento diferenciado dos outros?

 

O SR. PRESIDENTE: Eu gostaria de esclarecer e informar, inclusive ao Dr. Darwin Ribas, que o convite feito para que ele entrasse no Plenário foi feito por este Vereador e não pela Diretoria Legislativa. E mais, a informação não foi para que saísse do Plenário e, sim, que permanecesse. Então houve um desencontro nas informações e esta questão vai ser decidida ainda hoje. Nós vamos comunicar, por escrito, aos Srs. Vereadores como é que vamos proceder com relação à participação no Plenário. Esta é a decisão que vamos tomar.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: A Mesa se reúne, vai decidir e vai informar?

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos tomar uma posição definitiva.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Eu gostaria que constasse na Ata e apanhados taquigráficos a minha inconformidade pela atitude da Mesa, hoje, discriminando o Presidente do Sindicato dos Municipários.

 

O SR. PRESIDENTE: Inclusive, a sua consideração de levar ou não o convidado à Mesa, será levada em conta.

 

O SR. JOÃO MOTTA (Questão de Ordem): Eu gostaria de registrar que eu estava aguardando que o Ver. Wilton Araújo encaminhasse uma proposta concreta à Mesa. Eu encaminho que reflita sobre a possibilidade de que todos os convidados, para usarem a tribuna, sejam automaticamente convidados para a Mesa dos trabalhos, como convidados especiais. Esta é uma sugestão concreta que encaminho à Mesa, para que haja uma reflexão e que não se fique aqui apenas criticando as atitudes da Mesa, sem apresentar uma alternativa concreta.

 

O SR. PRESIDENTE: A Questão de Ordem de V. Exª será levada em consideração também, Ver. João Motta.

Liderança com o Partido Trabalhista Brasileiro. Com a palavra o Ver. Edi Morelli.

 

O SR. EDI MORELLI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o assunto em pauta é o aumento da tarifa. Eu quero dizer que a inflação do período de Governo do PT - isso é fonte do IBGE - foi de 51.500%; agora, o reajuste tarifário foi de 62.400%, num acréscimo acima da inflação de 10.900%. Quer dizer, eu cobrei desta tribuna e fui o primeiro Vereador a começar a cobrança da Bancada do PT, durante vários meses, daquela inclusão na planilha. Foi acrescentado um item na planilha de despesas administrativas, que era para pagamento de consórcio; posteriormente, modificado esse pagamento, de consórcio, para plus tarifário. Há briga também encampada pelo Ver. Wilson Santos. E aí fica difícil. O PT fala tanto em transparência pública. Essa Casa divulga os subsídios dos Vereadores na imprensa. Por que a Secretaria Municipal de Transportes – e aqui vai uma sugestão – não divulga na imprensa a planilha da qual eles tiram o reajuste tarifário, para que o povo fique sabendo quanto é gasto, qual a despesa? Aí, o Ver. Elói Guimarães, que sabe muito em matéria de transporte coletivo na Cidade, uma vez que já foi Secretário de Transportes, me acena o Ver. Dilamar Machado e eu concordo, brilhante Secretário Municipal de Transportes, e eu sei por que, na qualidade de repórter de uma emissora de rádio da Cidade, muitas vezes, acompanhei o trabalho do Vereador como Secretário dos Transportes. Então, fica a sugestão para que a SMT, em nome da transparência tão cantada e decantada pelo Governo atual, divulgue na imprensa a planilha pela qual é feito o reajuste tarifário. Ou será que esta transparência não pode vir a público? Fica a pergunta no ar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Havendo “quorum” passamos à votação dos Requerimentos.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento, do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando renovação de votação do PLE nº 001/91 – Veto Parcial – Proc. nº 0296/91, com base no art. 120 do Regimento Interno.

 

O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, estamos requerendo a renovação de votação do Veto à Lei que estabeleceu o empréstimo do DMAE à Administração Centralizada de 700 milhões de Cruzeiros. O Ver. Vicente Dutra, na oportunidade, para regularizar uma violação ao texto legal da Lei, estabeleceu que este empréstimo deveria ter o suprimento e a homologação do Conselho Deliberativo do DMAE e regularizou todo o procedimento legislativo aqui na Casa, de acordo com a Lei que criou o DMAE, que estabelece que as operações financeiras feitas pelo DMAE, exigem a homologação e autorização do Conselho Deliberativo do DMAE. Isso é o texto da Lei. Pois muito bem, o Sr. Prefeito Olívio Dutra entendeu de vetar este dispositivo, em flagrante violação ao texto da Lei, que estabelece que todas as operações financeiras levadas a efeito pelo DMAE devem passar pelo seu Conselho Deliberativo. A Lei dizia isso, mas esse dispositivo foi vetado. Nós estamos requerendo a renovação de votação exatamente porque no dia houve uma confusão e, embora tenha sido vencedora a tese da derrubada do Veto, ele não atingiu os 17 votos. Por essa razão, hoje, requeremos a Renovação de Votação; tão-somente a Renovação de Votação. Renovada a votação, aí vamos discutir novamente a questão do Veto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha o Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, acho das mais justas a proposição do Ver. Isaac Ainhorn, de que se renove a votação do Veto do Prefeito Olívio Dutra à determinação desta Casa, onde se coloca ad referendum do Conselho Deliberativo do DMAE o empréstimo de setecentos bilhões de cruzeiros que, ao que sei, foi pago, agora, no dia 1º de abril de 1991, mas sem o referendum do Conselho Deliberativo do DMAE e, portanto, fazendo uma agressão a esta Casa que está aqui para cumprir e fazer cumprir as leis.

Esta Casa, por certo, deve estar tensionada, porque vem na mesma Ordem do Dia há quase um mês, apreciando Vetos e mais Vetos; Vetos absurdos alguns, outros coerentes, mas alguns extremamente absurdos como é este. Talvez num momento de tensão, de dificuldades, a Casa tenha deixado passar. Por isso é das mais justas a Renovação de Votação. Já apelo para que seja derrubado o Veto. É a posição da Bancada do PDS. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, com a palavra o Ver. João Motta.

 

O SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, faço questão de encaminhar novamente esta discussão, na medida em que acho que está existindo uma certa insensibilidade de alguns Vereadores de compreender o fato que levou inclusive a que o Ver. Vicente Dutra tentasse, através de sua iniciativa e capacidade jurídica, elaborar uma emenda para resolver o impasse que estava se gerando, visto que nós não negamos e nem o Governo negou que é necessário o crivo do Conselho neste tipo de empréstimo. Portanto, ninguém está negando isto e ninguém quer estabelecer isto como uma prática corrente por parte do Governo na sua relação com o DMAE ou com qualquer autarquia. Ficou muito claro, quando da discussão e tanto é que a maioria ou grande parte dos Vereadores aceitaram as razões do Veto e razão pela qual me surpreende a insistência do Ver. Isaac Ainhorn, na medida em que os motivos eram muito claros. Em síntese eram dois: primeiro, não havia no Município disponibilidade de recursos para efetivar o pagamento dos salários do funcionalismo naquele dia e, segundo, se houvesse a reunião, a tramitação conforme os ritos exigidos para esta situação não haveria possibilidade de pagar em dia os funcionários. Inclusive certamente o Conselho do DMAE não iria se posicionar contra o pagamento dos salários do restante do funcionalismo municipal naquele dia, portanto, mantendo atualizada a remuneração dos funcionários. Por estas razões é absolutamente justificável a forma excepcional como foi tratada aquela questão. Por isto, me surpreende o Ver. Isaac Ainhorn que é conhecedor da matéria, leis e sua constitucionalidade na medida em que está sendo insensível politicamente de perceber esta situação. Hoje, inclusive, nas manchetes dos jornais de todo o Rio Grande do Sul, o seu governador, Governador do Estado, usa como argumento para fundamentar o seu pedido de trégua, – o seu governador e o meu também, na medida em que reconheço ele como Governador de todo o Estado do Rio Grande do Sul – como pedido de trégua na negociação com os servidores a garantir as crianças que devem ter acesso às escolas. Lamento que tenha sido tão pobre o argumento usado pelo Governo do Estado para fundamentar o seu pedido de trégua para os professores. E nós estamos dentro e, na medida do possível, sendo sensível a situação de dificuldade do Estado. Agora me parece que a recíproca aqui não é verdadeira, razão pela qual inclusive a posição da Bancada da Assembléia já tem se posicionado no sentido de dizer e deixar claro que está sendo esgotada já a possibilidade de uma negociação com o Governo do Estado, visto a sua postura intransigente, autoritária nessa questão. Portanto, reafirma aqui a nossa posição diante desse fato, e é um problema de sensibilidade dos Srs. Vereadores, que se votarem pela Renovação de Votação e, posteriormente, caso seja aprovado a favor do Requerimento, terão que explicar para o funcionalismo por que não admitiriam este empréstimo como foi feito e que, portanto, estavam admitindo até mesmo o possível atraso do pagamento dos salários do funcionalismo. Esta é a justificativa, a explicação que o Ver. Isaac Ainhorn terá que dar - aproveitando inclusive poder até dar esta explicação para o Presidente do Sindicato dos Municipários - que está presente aqui na Sessão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Só que a verificação de votação deve ser nominal.

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 18 Srs. Vereadores votaram SIM, 10 Srs. Vereadores votaram NÃO e 02 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADO o Requerimento em que é solicitada Renovação de Votação do PLE nº 001/91 e do Veto Parcial a ele aposto.

 

(Votaram SIM os Vereadores Artur Zanella, Clóvis Brum, Cyro Martini, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Mano José, Nelson Castan, Nereu D’Ávila, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos e Wilton Araújo. Votaram NÃO os Vereadores Airto Ferronato, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Gert Schinke, Giovani Gregol, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann e Adroaldo Corrêa. ABSTIVERAM-SE de votar os Vereadores Luiz Machado e Omar Ferri.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós informamos ao Ver. Clóvis Brum e todos os Vereadores desta Casa que os Requerimentos que nós vamos colocar inicialmente em votação do Processo não-nominal. Para que seja nominal, deverá ser requerido. Informamos também que o Processo anteriormente votado também poderia ter sido votado simbolicamente eis que não se tratava de Renovação de Votação e, sim, de um mero Requerimento.

 

O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Sr. Presidente, me penitencio e agradeço à Mesa. Efetivamente, nós não votávamos a Renovação, votávamos o Requerimento. Está certa a Mesa e agradeço pela compreensão.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, na forma do art. 77, § 6º, da Lei Orgânica Municipal, tem um Veto a ser apreciado, portanto, entendo que todas as demais matérias estão sobrestadas, com exceção, por se tratar de matéria de Veto, do Requerimento deste Vereador, pedindo Renovação de Votação num dos Vetos apregoados e aceitos pela Casa.

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos suspender os trabalhos por três minutos, para que se tomem algumas medidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 10h47min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 10h54min): Dou por reabertos os trabalhos da presente Sessão.

Sobre a mesa Requerimento de autoria do Ver. João Dib, com o seguinte teor: uma vez aprovado o Requerimento para Renovação de Votação de um Veto, já anteriormente votado, evidentemente, o Vereador requer seja impedida a continuação das demais votações, eis que haveria preferência para a votação deste Veto.

A Mesa entende que, em primeiro lugar, pela sistemática adotada regimentalmente, a renovação das votações se dão nas Sessões seguintes. Em segundo lugar, com relação à precedência e preferência do Veto sobre as demais matérias, a Mesa seguiu rigorosamente esta ordem quando da sua votação, hoje estamos votando Requerimentos e não mais o Veto. Quanto ao Requerimento do Ver. João Dib, encaminhado anteriormente pedindo uma Renovação de Votação de um outro Projeto, a Mesa adota a seguinte sistemática: o Requerimento foi encaminhado fora do tempo hábil e está em análise na Comissão de Justiça.

Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à leitura dos próximos Requerimentos.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê.)

“Requerimento de autoria do Ver. Gert Schinke, solicitando que o Grande Expediente da Sessão Ordinária do dia 22 de abril do corrente ano seja dedicado a homenagear a passagem do Dia da Terra.”

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.)

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Requeiro votação nominal para o presente Requerimento, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Sr. Secretário, para que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 20 Srs. Vereadores votaram SIM, 02 Srs. Vereadores votaram NÃO e 04 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADO o Requerimento do Ver. Gert Schinke.

 

(Votaram SIM os Vereadores Adroaldo Corrêa, Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clóvis Brum, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinke, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Motta, José Valdir, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Nereu D’Ávila, Vieira da Cunha e Wilson Santos. Votaram NÃO os Vereadores João Dib e Mano José. ABSTIVERAM-SE de votar os Vereadores Leão de Medeiros, Omar Ferri, Vicente Dutra e Wilton Araújo.)

 

O SR. WILSON SANTOS (Questão de Ordem): Sr. Presidente, estou informado de que o Requerimento assinado pelo Ver. Isaac Ainhorn, que convoca o Secretário Municipal dos Transportes para ser ouvido aqui sobre a fixação da última tarifa, em vez de vir à Mesa, foi para a sala da Presidência. Então, Requeiro nesta Questão de Ordem que peça à assessoria legislativa a agilização para que este Requerimento retorne à Mesa para ser votado agora.

 

O SR. PRESIDENTE: Tomaremos as providências para ver se é possível esta agilização.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu sou o autor do Requerimento que convoca o Sr. Secretário Municipal dos Transportes para comparecer à Câmara Municipal.

Foi entregue, ontem, ao Sr. Presidente da Casa e ele determinou, há pouco, a procedência deste documento, conseqüentemente, solicitaria a V. Exª que determinasse a vinda imediata deste documento para ser votado em face da urgência e relevância da matéria.

 

O SR. PRESIDENTE: Tomaremos as providências posteriormente.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê.)

“Requerimento de autoria do Ver. Gert Schinke, solicitando seja realizada uma Sessão Solene, no dia 8 de agosto do corrente ano, pela passagem do Dia Internacional da Bomba Atômica Nagasaki.”

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como estão. (Pausa.) REJEITADO.

Sobre a mesa Requerimento do Ver. José Valdir, que requer Moção de Repúdio pelo adiamento do reinício do ano letivo no Estado, em face da greve justa e legítima do magistério gaúcho, entendendo que n diálogo e a negociação são os caminhos democráticos normais para solucionar tais impasses.

Em votação. Com a palavra o Ver. José Valdir, para encaminhar.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, antes de encaminhar essa Moção de Repúdio a uma atitude do Governo Alceu Collares, eu refleti muito. E cheguei à conclusão de que isso é correto. Esta Câmara tem que se posicionar, e tem que se posicionar claramente. Porque é equivocada e insensata essa atitude de tentar esvaziar uma greve justa que o próprio Governo Alceu Collares reconhece como justa, em função dos salários ínfimos que o magistério está recebendo. Entendi que esta Casa tem que se posicionar claramente, porque a atitude do Governo do Estado que visa a desmobilizar o movimento quando deveria negociar e negociar exaustivamente.

Vejam os Senhores que hoje o magistério gaúcho é o que ganha menos. Eu tenho aqui um recorte do Jornal Correio do Povo que compara os salários, onde nós temos a seguinte situação: os professores do Estado do Rio Grande do Sul têm um piso salarial de 15.893 cruzeiros. É o piso salarial mais baixo da categoria do magistério. Ao contrário do piso salarial dos professores do Município que está em torno de 60 mil cruzeiros que, aliás, é mais alto do que o dos próprios professores da Universidade Federal, que estão com um piso de 57 mil. Estão aqui os dados. Então, a greve do magistério, além de ser uma reivindicação justa, além de ser um movimento justo, é um ato quase que de desespero, de sobrevivência da categoria. E o que o Governador Alceu Collares deveria fazer não é adiar o reinício das aulas, porque já tinham sido iniciadas, mas considerar a greve. Não tomar esta atitude, porque é uma atitude para esvaziar a greve dos professores, mas sentar ao redor da mesa e discutir exaustivamente.

Aliás, não foi a mesma atitude que teve em relação ao Município. Inclusive na nota do Jornal Zero Hora de hoje, eu fiz um levantamento, ele gastou um milhão e setecentos mil para publicar esta matéria, pedindo trégua. Um milhão e setecentos mil ele gastou, só no Jornal Zero Hora, sem contar o que gastou nos outros Jornais. Daria para pagar cento e oito pisos salariais para os professores gaúchos. O Governador Collares deveria fazer o que o Olívio fez, endividar o Estado, recorrer aos Bancos e pagar o funcionalismo e não gastar este absurdo de dinheiro para fazer demagogia, dizendo que, hoje, a boa situação salarial dos professores do Município deve-se a sua política. Quando, na verdade, se sabe que, no dia 28 de dezembro de 1988, três dias antes de deixar o Governo, fez aprovar nesta Casa um Plano de Carreira que triplicava os salários dos funcionários municipais para o Olívio pagar. Agora, se recusa a dar aumento para os professores, ou melhor, reconstituir aquilo que os professores perderam ao longo dos últimos tempos. Coloca este tipo de matéria, fazendo demagogia e mantendo esta atitude autoritária de decretar o adiamento do reinício das aulas para esvaziar o movimento dos professores. Eu quero dizer que o Governador Alceu Collares tem um defeito muito grave. Quando sai, ele faz conta para os outros pagarem e quando assume o Governo não paga as contas do Governo anterior. Esta é a política do Governador Alceu Collares, é uma política equivocada e cega, porque propõe abono salarial e quer mexer no Plano de Carreira isto os outros Governos já tentaram e não conseguiram e não vai ser o Sr. Alceu Collares que vai dobrar o Centro dls Professores do Estado do Rio Grande do Sul – CPERS – e o magistério gaúcho. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Artur Zanella, para encaminhar.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Dr. Alceu Collares nessa nota, ele trata de duas coisas: primeiro, trata da questão do magistério, e no que me consta todos os Governadores enfrentaram essas greves, e quando o Dr. Jair Soares saiu do Governo o piso salarial dos professores era 2,5 salários-mínimos, obtidos numa negociação de greve. Depois, em outras negociações, outras pressões, esse piso foi sendo erodido e está na situação em que está. No Governo em que participei, e digo agora para o Ver. Clóvis Brum que quando lhe propus que na homenagem que se fará no dia 15 ao Dr. Pedro Simon e Dr. Ibsen Pinheiro, se homenageasse também os três Secretários da Fazenda do Dr. Simon, que deixaram o Estado saneado, com as contas em dia, sem problema, também fossem homenageados. O Ver. Clóvis Brum sugeriu também que se convocasse o Dr. Jacob, que foi seis meses o Secretário da Fazenda em 1983. O Dr. Jair, que deixou o piso de 2,5 salários-mínimos para os professores se ofereceu ontem e vai à Assembléia, espontaneamente, para tratar desse assunto. Diz o Sr. Alceu Collares que o Estado está em concordata, e eu acho que isto é grave, porque concordata, sabem todos e especialmente os advogados, é quando uma empresa está numa situação de insolvência total, vê que vai terminar, não vai ter condições de cumprir os seus compromissos, então apela à concordata para que então tenha possibilidade de recuperação. Isto se chama concordata. Diz o Dr. Alceu Collares que o Estado, que estava saneado, está agora em concordata, e diz também que o Estado está em insolvência ou coisa assim. Em resumo é isso: calamidade pública. Então, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, isto é um assunto que tem que ser tratado em negociações e não em notas de jornais sem que as negociações evoluam daquela forma que nós vimos; ao menos, eu vejo na imprensa, nas televisões que cada um apresenta o seu projeto e cada um grita com outro, etc. Mas, também, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a solução que o Dr. Collares trouxe: a ampliação das férias ou coisa assim, que foi considerada como um gesto de habilidade e esperteza política, ela termina numa outra constatação: os alunos que estão na rede pública, e que vão fazer vestibular, não terão condições de fazer vestibular. Qual é a solução que o Dr. Alceu Collares apresenta? Que o Dr. Chiarelli, Ministro da Educação, prorrogue também os vestibulares? Então, está proposto, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que todo o Brasil seja caudatário de uma posição, de um decreto do Dr.Alceu Collares e da Dona Neuza Canabarro. Quer dizer, o estudante de Pernambuco, do Amapá, etc. vai ter que atrasar o seu vestibular, porque a Dona Neuza Canabarro e o Dr. Alceu Collares estão propondo o adiamento do vestibular, inclusive o adiamento do vestibular das universidades particulares. Isto é um absurdo total! Só falta agora, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Dr. Chiarelli ser culpado de tudo o que está acontecendo aqui no Estado. Ele, Dr. Chiarelli, que já veio aí, já distribuiu verba para o Governo do Estado, já assinou convênios, fez o que podia e o que não podia fazer em termos de recursos para este Estado na parte da educação, tanto no Estado como no Município. Então, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós temos que tomar a nossa posição, porque os filhos das famílias desta Cidade, não são os meus filhos, porque eles estudaram o 1º Grau na Escola Pública, como eu fiz, e, agora, estão em colégio particular. Mas, o que não pode ocorrer, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, são situações, por exemplo, como nas vilas, principalmente a Vila Restinga que eu acompanho mais, aquelas milhares de crianças que não tem o que fazer o dia inteiro, porque a intransigência está levando este Estado à paralisia no setor educacional público. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): Com a palavra o Ver. Nereu D’Ávila.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não adianta falar, aqui, nos efeitos das questões. A lei principal que rege a física é uma lei de ação e reação, uma lei de causa e efeito. Ora, querer tirar efeito político demagógico da situação atual é não referir-se as causas, e vamos ser francos, as causas estão na decisão, no mínimo, estranha dos professores, pela primeira, nos seus trezentos e tantos dias de greve, em dez anos, de não recuperar as aulas. Essa foi a causa do Governador Collares decretar o início das aulas a partir do dia 2 de maio. E o Vereador que requer, José Valdir, quer tirar apenas efeito político de uma situação grave, e ainda refere-se, numa desfaçatez incrível, ao gasto da nota do Governador Collares. O Governador assumiu, em 15 de março, com a greve em andamento, e os professores disseram que a greve era contra o Guazzelli, mas quem está suportando o ônus da greve é o Governador Collares, que havia pedido cem dias de trégua aos gaúchos, e havia dito que iria privilegiar o magistério, até numa atitude, em relação ao resto do funcionalismo, bastante ousada. E quem é que não sabe que as administrações trabalhistas privilegiam a educação, e para isso tem que privilegiar o magistério? Então, a greve foi decretada num momento inoportuno, e com este plus de não recuperar as aulas, causando um prejuízo às crianças gaúchas. E vem o Ver. José Valdir dizer que a nota saiu não sei o quê, ora, e para as mudanças no Centro, quanto gastou a Administração Popular? Eu mostrei, aqui, páginas e páginas inteiras do Jornal Zero Hora, quando saiu aquilo. Na televisão apareceu com o fundo Danúbio Azul. Quanto custou? Se quinze segundos de televisão no Jornal do Almoço sai 72 mil cruzeiros, quanto custou aquela valsa para dizer que iriam mudar os terminais de ônibus? Quanto saiu isto aqui? (Exibe um folheto.) Quanto sai a conta da MPM Propaganda dos anúncios que a Administração Popular faz?

E vem o Ver. José Valdir criticar o preço daquela nota, que é uma nota que se impõe, porque, senão, não se chegará ao fim da greve. E não se diga que não partiu do Governador a proposta; partiu, sim, um abono muito melhor do que a proposta inicialmente feita pelo Governador Guazzelli. Aí, vem o Ver. Artur Zanella falar no piso salarial dado pelo Governador Jair Soares, que jamais foi cumprido.

Está, aqui, o Ver. Dilamar Machado, que era Deputado na época e votou este piso que jamais foi cumprido.

E o ex-Governador Amaral de Souza que desprezou os professores?! Causa-me espécie o Ver. Artur Zanella vir com esta conversa agora, defendendo esses governos autoritários que não foram eleitos pelo povo e que se constituem numa página negra da história desta Nação. Agora, querer tirar efeito político, como está fazendo o Ver. José Valdir é incrível, quando a nota do Governador Alceu Collares é conciliatória. Ele propõe apenas trégua, ele quer apenas uma solução de diálogo, o que, aliás, foi a plataforma da Presidenta do CPERS, nossa querida companheira Maria Augusta Feldmann, que dizia, quando percorreu o Rio Grande do Sul, como candidata à Presidência do CPERS, que era do diálogo.

 

O SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Somente para que as pessoas não sejam induzidas a erro, como o Ver. Nereu D’Ávila, quando se referiu ao ex-Governador Jair Soares disse que ele não foi eleito pelo voto direto, quero corrigir.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Artur Zanella, não se trata de Questão de Ordem.

Continua o Ver. Nereu D’Ávila com a palavra.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Vereador, não falei que o ex-Governador não foi eleito pelo voto direto; eu disse que ele nunca cumpriu o piso de 2,5 salários. Nunca cumpriu! Foi isso que eu falei e é rigorosamente verdade por que o ex-Deputado Dilamar está aqui e naquele tempo estava lá e sabe que não foi cumprido os dois e meio pisos salariais. Eu concluo achando estranho a moral do Ver. José Valdir de dois pesos e duas medidas, criticando o custo da nota hoje por que não critica o custo disso aqui, por que não critica o que o PT gastou para fazer meia dúzia de mudanças de ônibus na Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha, pelo PT, o Ver. Adroaldo Corrêa.

 

O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, num primeiro momento, cumpre declarar que o PT tem perfeita noção de que, se alguma mudança de fundo vai ser feita na Cidade, precisa ser divulgada à população, e o recurso é a imprensa. A mudança de fundo que a nota do Governador Collares nos jornais de hoje apresenta é a mudança da falta de atenção com as crianças e a escola, mas não dos professores. Do Governo Estadual, porque, se os professores estão em greve e o novo Governo assume, ele tem que concluir a greve através da negociação com os grevistas. Prorrogou o tempo de negociação, chama para 2 de maio o início do ano letivo, numa jogada pretensamente inteligente, mas que trabalha só contra as crianças. Em vez de esgotar as negociações num prazo e num ritmo mais acelerado, coloca a data de 2 de maio. Ora, de março a maio as crianças esperam a conclusão da trégua que, afinal, conquistada por uma jogada política, Collares pecou junto aos Professores, junto à Cidade, ao Estado inteiro, num lance que pode muito bem ser caracterizado como, “talvez”, articular um pouco mais o próprio Governo, que já deveria ter proposta para os servidores, porque foi eleito em 27 de novembro.

Nosso compromisso é cobrar também a coerência que o PDT exige, quando afirma que eles a têm com o ensino; assim, também deveria ter na proposta de negociação com os servidores desse setor. Acontece que um argumento de governos anteriores – criticado, inclusive pelo Dr. Alceu Collares e Deputados do PDT – começa a ser reutilizado contra o magistério: há 50 mil professores fora da sala de aula. Que ponham os professores na sala de aula, todo mundo agita essa bandeira contra os professores! Que programem a reinclusão dos professores, inclusive no terceiro turno – tão anunciado na campanha pela nova Secretária, mas com os salários reconhecidos – exigidos pelos professores, como uma recomposição. Essa nota do Governador é contraditória, dizendo na imprensa que também merecem os salários justos, que têm sido aviltados, que Cr$ 15.000,00 é insuportável, o Governador diz que “poderá, dependendo, eventualmente, dependendo do comportamento dos professores, incorporar o abono de 20 ou 30 mil cruzeiros, no dia 2 de maio, aos salários dos professores”. Sabemos a história dos abonos. Os Professores não pedem abono, pedem a recomposição de seus salários, já garantida em lei.

Acreditamos – e por isso encaminhamos favoravelmente às razões e à Moção proposta pelo Ver. José Valdir – que isso é a sociedade e a Cidade de Porto Alegre têm esse papel, através da Câmara de Vereadores, ou seja, acompanhar passo a passo as promessas de campanha do Governador Alceu Collares, que tem, sim, anunciado e dito claramente que tem compromisso com as crianças, com a educação. Que abrevie então o retorno dos professores às salas de aula, inclusive dos 50.000 que diz estarem fora de aula para ampliar as condições de ensino no Estado, porque há muitos            alunos fora de aula. Talvez os 50.000 que o Governador identifica, mas não nomeia; cita o número, mas não diz quais e onde, poderão servir a uma ampliação do número de vagas, porque sempre que se quer lecionar se encontra, em algum lugar, sala ou teto; mas, o Governador diz que espera uma trégua dos professores. Ele arranjou para si uma trégua. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, para encaminhar pelo PDS, o Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ouvindo o nobre Ver. Adroaldo Corrêa falar sobre o problema do Jornal Zero Hora, publicando matéria de Alceu Collares só posso dizer que é o roto falando do rasgado. Por que no dia 22 de março fomos com os professores municipais, injustiçados, lá falar com S. Exª, Sua Majestade, o Prefeito Olívio Dutra que logo nos disse: os senhores vieram à última palavra e a última palavra sou eu, o Deus sou eu, a majestade sou eu, o rei sou eu, mas nos ouviu silenciosamente durante uma hora, para ao final dizer que a lei que eu mandei à Câmara Municipal, dizendo que o professor é automaticamente reconvocado, a não ser que não o deseje não tem valor nenhum, porque a última palavra está sendo dada agora, aquela era a penúltima, a próxima, a última, eu não sei qual seja. Na verdade, os argumentos usados pelo eminente Ver. José Valdir, que deteve em suas mãos a informação da Auditoria também desde 22 de março até hoje, não tem sentido nenhum, pois os professores estão em greve e os alunos estariam sendo prejudicados, estando eles em greve. Se o Governador Alceu Collares achou uma medida – não sou favorável a ele – e achou para embrulhar a vida dos caras ele achou. Eu acho que os governadores que já passara têm inveja deste acontecimento, porque foi muito bem lembrado e eu não estou dando razão ao Governador Collares e não estou dando razão aos professores, mas que foi um golpe de mestre do Governador Alceu Collares, isto ninguém pode duvidar, porque tumultuou tudo e, agora, tem que sentar na mesa e fazer os acertos devidos. Se não fosse decretado o dia 2 de maio, talvez no dia 2 de junho ainda continuasse a greve e os alunos ainda seriam injustiçados, porque o grande injustiçado é o aluno, o pai do aluno. Então, é difícil criticar este ou aquele. Agora, o roto não pode criticar o rasgado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais inscrições colocamos em votação.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Eu requeiro votação nominal, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada para votação nominal do Requerimento do Ver. José Valdir.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores.) Sr. Presidente, 13 Srs. Vereadores votaram SIM, 11 Srs. Vereadores votaram NÃO e 02 Srs. Vereadores optaram pela ABSTENÇÃO.

 

O SR. PRESIDENTE: APROVADO o Requerimento de Moção de Repúdio, de autoria do Ver. José Valdir, pelo adiamento do reinício do ano letivo no Estado.

 

(Votaram SIM os Vereadores Adroaldo Corrêa, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Gert Schinke, Giovani Gregol, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros e Vicente Dutra. Votaram NÃO os Vereadores Cyro Martini, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, Letícia Arruda, Luiz Machado, Nelson Castan, Nereu D’Ávila, Vieira da Cunha e Wilton Araújo. ABSTIVERAM-SE de votar os Vereadores João Dib e Mano José.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa aproveita para responder a Questão de Ordem do Ver. Wilton Araújo, corroborada pelo Ver. João Motta, que decide, consultados os membros da Mesa, que, a partir da próxima Sessão em que houver Tribuna Popular, o convidado ocupará, no início da Sessão, a Mesa Diretora dos trabalhos e, posteriormente, será encaminhado à Tribuna Popular. Evidentemente que todos os convidados, Ver. Wilton Araújo, exercendo o direito da Lei Orgânica e da resolução deste Plenário. Com isso, nós evitamos quaisquer constrangimentos no sentido de quebrarmos o Regimento quanto a ocupar a tribuna do Vereador e de não receber bem o convidado.

Com a palavra o Sr. 1º Secretário, para a leitura do próximo Requerimento.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: De autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, Requerimento solicitando Moção de Apoio à indicação do Desembargador Milton dos Santos Martins para o Superior Tribunal de Justiça.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Sr. Secretário, solicito que V. Exª ocupe a Presidência dos trabalhos para que esta Presidência possa encaminhar o Requerimento, como autor do mesmo.

 

(O Sr. 1º Secretário assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Leão de Medeiros): Com a palavra, para encaminhar, o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs.Vereadores, é muito breve o encaminhamento. O Desembargador em questão é uma das pessoas mais respeitadas na área jurídica do Estado do Rio Grande do Sul e tem recebido o apoio de diferentes segmentos da sociedade gaúcha no sentido de que seja a sua indicação corroborada por parte do Presidente da República. Ainda, agora, um grupo de Deputados Federais do Estado do Rio Grande do Sul fez, independente de Partido, independente de coloração ideológica, o mesmo encaminhamento na Câmara Federal, no sentido de que esse cidadão seja elevado a essa categoria, à indicação dessa função. Nós inclusive consultamos vários companheiros de vários setores, advogados de várias áreas e é praticamente unânime a respeitabilidade do Desembargador Martins no sentido, portanto, que se dê força a essa indicação porque o Rio Grande do Sul sairia ganhando e sobretudo a Justiça e o senso de justiça que esse cidadão detém. Então, apenas nesse sentido e para explicar aos Vereadores, vários Vereadores me fizeram sinal aprovativo, conhecem o Desembargador, no sentido de dar o apoio a esta figura que é antes de tudo uma figura respeitada independentemente da coloração partidária.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais quem queira encaminhar, em votação o Requerimento. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, de Moção de Apoio aos projetos das Deputadas Federais Lídice da Mata e Bete Mendes, que regulamentam o art. 221, da Constituição Federal.

 

O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): Solicito ao Ver. Omar Ferri que assuma a Presidência dos trabalhos, para que possamos esclarecer o Plenário sobre o tema.

 

(O Sr. Omar Ferri assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Omar Ferri): Com a palavra o Ver. Antonio Hohlfeldt, para encaminhar.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o art. 221 da Constituição Federal diz respeito à regionalização da programação de emissoras de rádio e televisão. O Ver. Lauro Hagemann que é jornalista e radialista, o Ver. Adroaldo Corrêa e outros Vereadores certamente conhecem o temário. O art. 221 prevê que Lei Complementar específica providenciará na delimitação da regionalização. Na verdade o Ver. Lauro exatamente comenta a regionalização já prevista na Constituição Brasileira há várias décadas e jamais foi regulamentada propriamente dita e nós já temos emissoras que cumprem, modo próprio, eu cito aqui a Rádio Guaíba sempre cumpriu de um modo geral essa regionalização porque boa parte da sua programação, a maior parte da sua programação é uma programação localizada. A TV Guaíba segue o mesmo roteiro, nós temos, no entanto outras emissoras que não seguem essa definição da regionalização que se dá em termos de percentuais de tempo, que abre um mercado de trabalho, isso significa que os nossos atores, os nossos locutores, os nossos jornalistas terão espaços profissionais para ficarem no Rio Grande do Sul e não saírem do Rio Grande do Sul e irem para outros Estados ou não virem do interior para a Capital, porque isto tem a ver evidentemente com as emissoras de rádio e televisão no interior do Estado.

A Constituição de 1988 praticamente repetiu da Constituição anterior no que tange ao fato de definir que uma            Lei Complementar viria a fazer a regulamentação. Ora, nesse momento, dois Projetos tramitam no Congresso, o Projeto de Lei nº 2251, de 1989, da Srª Lídice da Mata, e o Projeto da Deputada Bete Mendes. São praticamente idênticos nas suas colocações, pequenas variações, que evidentemente vão ser resolvidos no Plenário da Câmara Federal e posteriormente no Senado. Agora a moção tem fundamentalmente a idéia de aprovar e de que se dê agilidade à tramitação desses Projetos, para que isto não fique para as calendas gregas. E lembraria aqui, o Ver. Zanella estava aqui conosco e foi autor, digamos formal, do Projeto desarquivado e aprovado na Casa, quando da Sessão Solene dedicada à atriz Carmem Silva, nós exatamente tocávamos nesse assunto, porque este assunto tem-nos preocupado. A regionalização da programação ela é fundamental, ela não tira nenhuma liberdade de nenhuma emissora, eles vão faturar o que tem que faturar igual, mas abre um caminho para que os nossos atores, nossos artistas, nossos locutores, nossos jornalistas permaneçam nas suas cidades, nos seus Estados e não saiam todos à cata de novos empregos, que nós não tenhamos inclusive a deturpação das culturas regionais, que é fundamental. Quer dizer, nós sabemos inclusive que isto faz parte formal da programação do PDT, como faz do Partido dos Trabalhadores, como faz do Partido Comunista, mas certamente tenho certeza que nem PFL, nem PDS, se oporão que nós mantenhamos os nossos profissionais, os nossos valores profissionais, os nossos valores culturais nos nossos Estados, nas nossas províncias, nos locais onde eles ocorrem. Então, é nesse sentido que nós não estamos apoiando, nem a moção propõe isso, o apoio em relação ao teor dos Projetos, não é esse o problema, nós apoiamos que estes Projetos tenham tramitação dinamizada e que evidentemente as negociações políticas que venham a emendar, a modificar ou criar eventualmente substitutivos decorram dentro da prática normal dos Plenários das Casas, mas que se vote, que se discuta e que não se deixe isso arquivado para nunca mais. Então, é nesse sentido que nós fazemos o encaminhamento.

Não posso lhe dar o aparte Ver. Lauro Hagemann, porque é encaminhamento, mas gostaria, seria honrado se V. Exª, na condição de Liderança do PCB, fizesse inclusive encaminhamento dessa moção.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha, pelo PCB, o Ver. Lauro Hagemann.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu secundo com muito prazer o Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt, porque este é um assunto que vem sendo discutido pela categoria dos comunicadores há muito tempo. E este Projeto de regulamentação de um artigo da nova Constituição Federal, ele remonta a um Decreto do então Presidente João Goulart, de nº 52.286, de 25 de julho de 1963, e que até hoje não foi revogado. E se refere, não à regionalização das programações de rádio e televisão, mas sim à obrigatoriedade de programação artística ao vivo nas emissoras de rádio e televisão, de acordo com a população da cidade-sede dessas emissoras.

É um assunto que na época empolgou a categoria, foi objeto de longas discussões e, infelizmente, o Decreto publicado no dia 25 de julho de 1963 foi obstaculizado de entrar em vigor com o Golpe de 1964. O então Sr. João Calmon, que hoje é Senador da República, mais uma vez, era o Diretor-Geral dos Diários e Emissoras Associados, e na condição de Presidente da ADERS, entrou com uma impugnação legal ao Decreto do Sr. João Goulart e conseguiu a sustação do Decreto. Este Decreto não foi revogado até hoje, mas também não foi posto em execução. Agora, ele volta por via constitucional, uma tentativa de se rediscutir a questão.

É nesta direção que me congratulo com tudo o que está acontecendo, porque a única forma de se combater a pasteurização da comunicação audiovisual neste País é através da programação artística ao vivo, obrigatória pelas emissoras de rádio e televisão, porque senão nós vamo-nos embrenhar cada vez mais neste cipoal que estamos assistindo todo o dia e que não serve à sociedade brasileira. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais quem queira encaminhar, colocamos em votação o Requerimento. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando a convocação do Secretário Municipal dos Transportes a comparecer a esta Casa, a fim de prestar esclarecimentos a respeito do cálculo tarifário que resultou na fixação da tarifa de transporte coletivo em Cr$ 75,00.

 

O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): Ver. Isaac Ainhorn, respondendo, inclusive, à Questão de Ordem de V. Exª, gostaria de aproveitar e pedir a colaboração dos Srs. Vereadores no sentido de que os Requerimentos dêem entrada diretamente no Protocolo, para evitar que se percam. Eles precisam ser processados e esse procedimento garante, também, a primazia do Requerimento de cada Vereador, pois cada um já recebe um número, conforme a ordem de chegada, e também é colocado o horário de entrega, o que possibilita evitar-se que ocorram problemas como os que tivemos hoje pela manhã com os Processos dos Vereadores Wilson Santos e Isaac Ainhorn.

Abrimos tempo para encaminhamento.

Com a palavra, pelo PL, o Ver. Wilson Santos. V. Exª tem cinco minutos.

 

O SR. WILSON SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, evidentemente encaminho favoravelmente o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, porque vai ensejar a esta Casa os esclarecimentos completos sobre o processo e todas as suas particularidades que deságuam na fixação da atual tarifa de transporte coletivo por ônibus, em Porto Alegre, em 75 cruzeiros.

Também quero anunciar que ao apoiar este Requerimento, dizendo que isto deveria ser feito até voluntariamente, porque o fato de eu não estar recebendo – e aproveito para parabenizar a intervenção do Ver. Adroaldo Corrêa e do Ver. Antonio Hohlfeldt, que fizeram contato com o Secretário para remeter a planilha de fevereiro que fixou a tarifa em 65 cruzeiros, quero dizer que aguardo, mas já tinha feito também um documento e vou pedir ao Sr. Presidente que aceite ainda um documento que há mais tempo eu já havia mandado entregar no seu gabinete. É um outro documento, acredito que não esteja aqui, porque é um documento onde solicito ao Poder Legislativo que peça em quarenta e oito horas o processo que fixou a tarifa em 65 cruzeiros em fevereiro ao Executivo. Então vou entregar ao protocolo atendendo – vou pedir que o gabinete devolva para entregar ao protocolo – para atender a solicitação de Vossa Excelência.

Então, digo ao Ver. Adroaldo Corrêa que evidentemente que se o Secretário atender à solicitação antes, estará anulado este pedido, mas eu tive que usar o Poder Legislativo, em nome da sua harmonia e do seu respeito mútuo, para que o Executivo mande em quarenta e oito horas o processo e a planilha de fevereiro porque está arquivado e é só desarquivar.

Retomo o apoiamento ao Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn e peço que esta Casa apóie como um todo para que o Secretário Municipal esteja o mais breve possível prestando esclarecimentos sobre a fixação da tarifa em setenta e cinco cruzeiros. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. LUIZ MACHADO (Questão de Ordem): A minha Questão de Ordem, Sr. Presidente, se refere principalmente a Requerimentos. Eu tenho Requerimentos nesta Casa há vinte e quatro dias e vejo que, com todo o respeito que merecem os Vereadores, tem Vereador que consegue agililizar de tal forma que o seu Requerimento em quarenta e oito horas seja votado, na frente dos demais que estavam protocolados. Eu quero protestar à Mesa, porque isso não deve ser normal na Casa do Povo, porque aqui começa a igualdade.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Luiz Machado, gostaria que V. Exª indicasse qual é o Requerimento.

 

O SR. LUIZ MACHADO: O Requerimento pede urgência da votação do Projeto sobre o problema do troco.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, a Diretoria Legislativa nos informa que como o Projeto a que se refere o seu Requerimento está hoje apenas no primeiro dia de Pauta,  só pode ser votado após cumprir essa Pauta. Não foi cumprida a Pauta na Sessão anterior, Vereador, portanto não valeu. Após a primeira Pauta ele será imediatamente votado.

Eu aproveito para esclarecer aos Srs. Vereadores, o Ver. Clovis Ilgenfritz que fez sinal que concordava com o Ver. Luiz Machado que a Mesa tem sido absolutamente rigorosa no cumprimento do prazo dos Requerimentos, sendo, às vezes, muito burocrática, demais, exatamente para evitar qualquer primazia de Requerimentos. E o Ver. Leão de Medeiros, aqui na Secretaria, tem-se recusado a permitir que o Vereador mexa na pasta, para nos mantermos exatamente na ordem, que é a de chegada. E critério é, se o Vereador faz modificações ele passa para trás. Eu até me antecipo ao Ver. Wilton Araújo, porque na medida em que ele mudou o teor do seu Requerimento, nós mudamos a posição do Requerimento que vai ser votado em seguida.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o meu gesto foi no sentido de que era o momento oportuno para esclarecer os Vereadores a lisura com que a Mesa tem-se comportado neste sentido. Eu faço parte da Mesa e já conhecia a tramitação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn, que requer a convocação do Secretário Municipal dos Transportes. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento de autoria do Ver. Wilton Araújo, solicitando a realização de uma Sessão Especial convidando a Associação das Entidades Carnavalescas de Porto Alegre, com o objetivo de prestar esclarecimentos sobre a sua participação na execução, comercialização e administração do carnaval de 1991.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Com a palavra o Ver. Wilton Araújo, para encaminhar.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vejam bem que beleza, hoje, Ver. João Dib, nós temos aqui o Plenário com toda a Bancada do PT. Parece que houve um milagre de ontem para cá. Vinha sendo obstaculizada a votação dos Requerimentos, sistematicamente, há duas semanas pela Bancada do PT. O Ver. João Dib também reclamou. O que será que aconteceu? Será que eu mesmo, sem o Requerimento e a aprovação deste Plenário, ontem, resolvi, dada a premência e o interesse público do assunto, reunir, por conta própria, as Entidades Carnavalescas? Será que foi isso que, de uma hora para outra, trouxe a Bancada Governista a este Plenário? A pergunta fica no ar. É mais um indício de que tanto a Administração, o Prefeito Olívio Dutra, como a sua Bancada, aqui na Casa, não tinham interesse e não têm interesse em esclarecer as irregularidades da EPATUR. As denúncias e as irregularidades são sérias. Quem estava brincando com isso era a Bancada do PT e a Administração Popular, querendo alijar do processo de esclarecimento, da famosa transparência, a Casa do Povo de Porto Alegre. E eu não retirei o Requerimento, mesmo tendo feito ontem a reunião, por vontade própria, por iniciativa minha, perdeu, é claro, o engodo, porque, apesar dos convites a todos os Vereadores, que eu distribui, poucos compareceram. Tem de ficar bem claro que a posição da Bancada do PT era de obstrução, por medo, por não querer discutir o assunto. Está posta a discussão, está aí a CPI com mais de 15 assinaturas e com o acompanhamento político-social, feito ontem à tarde pela Associação das Entidades Carnavalescas e por todos os Presidentes de Escolas de Samba, que também querem saber onde é que está o dinheiro da EPATUR, onde é que está o dinheiro do carnaval. E eles também subscreveram o Requerimento. Solicito à Presidência da Mesa que agilize bem mais rápido do que a Bancada do PT desejaria. Gostaria que essa CPI fosse constituída rapidamente, para que pudéssemos rapidamente tomar a posição político-administrativa, e, se necessário, o encaminhamento para atitude penal do Ministério Público. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha, pelo PT, o Ver. Adroaldo Corrêa.

 

O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não sabemos mais o que pretende o Ver. Wilton Araújo que, tendo a CPI para ser aprovada, propõe novamente a realização de uma Sessão Especial, sabendo, a não ser que retire o Requerimento depois da nossa intervenção, que não há obstáculo a que a Comissão Parlamentar de Inquérito se realize. A Bancada do Partido dos Trabalhadores ainda não se reuniu, e eu lhe disse, ontem, sobre essa questão. Eu tenho posição, e lhe digo novamente que sou favorável, e tenho a posição, recolhida pelo Ver. Clovis Ilgenfritz da Silva junto ao Diretor-Presidente da EPATUR, de que ele também quer a Comissão Parlamentar de Inquérito. Ele apóia a sua CPI, nós apoiamos a sua CPI em nome pessoal, mas não podemos, neste momento, enquanto a Bancada, que V. Exª sabe que funciona organicamente, tem posição de conjunto, não se reunir. Cabe o comentário aqui sobre o que V. Exª tachou de manobra do PT em relação ao seu pedido. V. Exª está valorizando demais o seu pedido. Há muitas questões aqui, que foram deixadas para votar a posteriori, não porque a Bancada do PT trabalhou contra o seu pedido, Ver. Wilton Araújo, não foi só ao seu nem ao conjunto dos Requerimentos, foi em função de que negociávamos o IAMPA e de que havia um conjunto de outros Vetos, foi em função de que várias vezes saímos a nossa Bancada e a sua do Plenário, tentando alternativas a Projetos votados nesta Casa. Não foi porque quiséssemos construir uma oposição ao seu Requerimento. Não é, Vereador, V. Exª está-se erigindo um pedestal muito elevado. Talvez a CPI seja esse pedestal. Mas nós concordamos com a CPI. Eu disse e defendo a CPI. Outra coisa, Ver. Wilton Araújo, ontem, no horário que V. Exª, através do seu gabinete, convocou uma reunião; toda Casa deveria estar nas Comissões Permanentes. V. Exª simplesmente disse assim: Eu, Ver. Wilton Araújo, insatisfeito com a Câmara de Vereadores, porque era na Câmara de Vereadores que estava tendo o processo, faço uma reunião, convido os carnavalescos e todos os Vereadores para discutir à minha vontade. E, V. Exª fez isso contra o Regimento Interno da Casa, que propõe Comissões Permanentes, naquele dia. Eu e V. Exª, membros da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação da Casa, reunidos no seu gabinete ampliado, que é o Salão Glênio Peres, para satisfazer a sua vontade apenas. A Câmara não pode se dobrar à sua vontade. A Câmara tem Regimento. Já pedimos aqui que a Mesa coordene, controle, que Comissões Especiais não substituam as Comissões Permanentes. Agora, um gabinete só substituir todo o ritmo de Comissões Permanentes da Casa, é muita pretensão de V. Exª, Ver. Wilton Araújo. V. Exª não pode assumir um espírito que está passando por aqui e se entender como o único representante da população de Porto Alegre, porque V. Exª é um dos representantes. Nós temos acordo com a Comissão Parlamentar, pessoalmente, nós temos acordo, sabemos que o Diretor-Presidente tem acordo, e propomos a V. Exª que retire esse Requerimento visto que neste momento é despiciendo. Obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha, pelo PDT, o Ver, Dilamar Machado.

 

O SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vou aproveitar a iniciativa do Ver. Wilton Araújo para lembrar ao Ver. José Valdir, que estranhou que o Governo Alceu Collares tenha gasto um milhão e setecentos mil para um apedido no Jornal Zero Hora, que só nas quatro noites de carnaval, o Presidente da EPATUR gastou dois milhões e seiscentos de lanche, gastou trinta milhões de cruzeiros do dinheiro do carnaval para a folha de pagamento da EPATUR, quando o orçamento anual da EPATUR é de vinte milhões de cruzeiros. Presume-se que com vinte milhões de cruzeiros a empresa, durante todo o ano, sustente a sua Folha de Pagamento, ou então tem um orçamento completamente equivocado. O Sr. D’Ávila gastou em contratação de pessoal extra para as quatro noites de carnaval mais de cinco milhões de cruzeiros, gastou em carros locados três milhões e seiscentos mil cruzeiros, gastou em serviços de terceiros, de eletricidade, quatro milhões e oitocentos mil cruzeiros, gastou em despesas diversas mais de cinco milhões de cruzeiros e deixou as escolas de samba sem o miserável cachê, que é tradicional no carnaval de Porto Alegre, que diz respeito ao borderô da avenida, que rendeu doze milhões e meio de cruzeiros, e que foram absorvidos pela Empresa Porto-Alegrense de Turismo S/A. Indiscutivelmente é um escândalo, Vereador, a CPI que V. Exª requer é correta, porque a qualquer Vereador é dado o direito de requerer abertura de uma CPI, quando existem indícios de irregularidades, e no presente caso, não são indícios. O Prefeito, se quiser, neste caso, agir com isenção, tem a obrigação política, não que o Sr. D’Ávila venha dizer que quer a CPI, ele tem que ser afastado da presidência da empresa, para que no período da CPI se possa investigar a fundo o caso. Não estou dizendo, coloquem o Ver. Adroaldo que conhece tudo de carnaval, tem competência para dirigir aquela empresa, ou qualquer outra pessoa, agora, o Presidente da EPATUR não pode permanecer durante essa CPI, porque ele assinou uma prestação de contas que é um primor de confissão de malversação do dinheiro público. Em primeiro lugar, qual a autoridade que a EPATUR tem para pegar cinqüenta e seis milhões de cruzeiros destinados ao carnaval, e deles subtrair trinta e cinco milhões, dos cinqüenta e seis, para pagar pessoal da EPATUR? Indiscutivelmente, é um absurdo, e com isso o carnaval ficou arrasado, as escolas de samba ficaram indignadas, e as verdadeiras pessoas que fizeram o carnaval de rua desta Cidade, foram prejudicadas pela má-gestão do dinheiro público. Todo o dinheiro foi carreado para pagar pessoal, gastar com lanches na avenida, dois milhões e seiscentos mil, gastos na lancheria do palanque oficial. Indiscutivelmente, acompanho o carnaval de rua de Porto Alegre há muitos anos, e em todas Administrações, eu nunca tinha visto coisa parecida, Ver. Clóvis, que me olha tão atentamente, e eu diria, até em defesa daquilo que o PT proclama, como a sua meta principal, a transparência e a austeridade. E não só o Presidente da EPATUR, acho que deveria ser afastada a direção da EPATUR durante o período da CPI, por que não tenho a menor dúvida de que, ao final da CPI, esta direção não pode continuar dirigindo a Empresa, aliás, houve uma inobservância absoluta, por parte do Governo Municipal, da lei que nós aprovamos, nesta Casa, por unanimidade, que oficializou o carnaval de rua de Porto Alegre. A lei é clara e lógica: “o carnaval de rua de Porto Alegre passa a ser um evento oficial, administrado pela Secretaria Municipal de Cultura”. Não foi obedecido, foi contratada a EPATUR; os cinqüenta e seis milhões foram diretos para os cofres da EPATUR, transformados na prestação de contas que o Ver. Wilton trouxe à Casa. Indiscutivelmente tenho consciência de que V. Exª levará adiante essa Comissão Parlamentar de Inquérito. Muito pouco terá a fazer, a não ser o relatório dizendo que a prestação de contas da EPATUR é imprestável, porque é totalmente equivocada; a EPATUR tem que devolver para o Governo do Município, ou para a Secretaria Municipal de Cultura, pelo menos, os trinta milhões que gastou indevidamente com o dinheiro do carnaval, dizendo que estava pagando a sua própria folha de pessoal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Passamos à votação do Requerimento ora encaminhado.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, solicito a retirada do Requerimento, de acordo com o art. 146, do Regimento Interno.

 

O SR. PRESIDENTE: Deferido.

A Mesa coloca em votação o Requerimento subscrito pelo Ver. Elói Guimarães, de Voto de Congratulações com o Sr. Athos Rodrigues, por sua posse como Procurador-Geral da Justiça.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 12h28min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 12h29min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem): Sr. Presidente, solicito a retirada do Voto de Congratulações com o Dr. Athos Rodrigues. A justificativa é simples, acho que nem devo fazê-la, até porque toda Casa tem conhecimento dos fatos.

 

O SR. PRESIDENTE: Está retirado.

 

(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes na Ata.)

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, solicito seja feita a verificação de “quorum”.

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr. 1º Secretário procederá à verificação de “quorum”.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada para verificação de “quorum”.)

 

O SR. GERT SCHINKE (Questão de Ordem): Sr. Presidente, há dias, quando estávamos no Plenário grande, um outro Vereador que eu não lembro, se não me engano foi o Ver. Clóvis Brum, que estava ainda no Plenário, e o Presidente, na ocasião, Ver. Airto Ferronato, considerou-o presente por, visualmente, constatar sua presença. Eu peço que se registre a presença em Plenário do Ver. Isaac Ainhorn, que pediu a verificação de “quorum”, estava ali no canto e não respondeu a chamada.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Gert Schinke, em primeiro lugar, V. Exª se equivoca, porque a Questão de Ordem não foi solicitada pelo Ver. Isaac Ainhorn, sim, pelo Ver. Clóvis Brum; e, em segundo lugar, a Mesa faz a chamada como é do dever e do Regimento, fará a segunda chamada e quem não respondeu terá oportunidade de fazê-lo.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada para verificação de “quorum”.) Há 14 Srs. Vereadores em Plenário, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE: Não há “quorum”. Está encerrada a Sessão.

 

(Levanta-se a Sessão às 12h34min.)

 

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